Segue um problema trazido por um de nossos alunos, cujo enunciado segue na imagem abaixo:
Problemas como esse, que envolvem desigualdades (inequações) e algumas observações sobre o conjunto universo das soluções, bem como a divisibilidade envolvendo as parcelas, são comuns na prova da Escola Naval, por exemplo.
Este, de forma geral não é difícil. Sugerimos que você tente resolver antes de ver a solução. Que segue abaixo. Mas, não perca muito tempo. Caso tenha dificuldade, venha ver a solução.
E aí, conseguiu? Já tinha visto um problema como esse? Conte para nós nos comentários.
Recebi agora a prova da Escola Naval de 2021/2022 e vou começar a colocar aqui os meus gabaritos. Vou atualizando aos poucos. Você pode sempre voltar nesse link, caso queira.
IMPORTANTE: As questões não estão na ordem em que aparecem na prova, pois estou dando preferência as que vou resolvendo primeiro. Vamos lá!
Seja a sequência abaixo definida por uma lei de recorrência de 3ª ordem. Cada termo dessa sequência (do quarto termo em diante) é uma combinação linear dos três termos imediatamente anteriores.
A soma do sétimo com o oitavo termo é igual a
a)
b)
c)
d)
e)
Como dito no enunciado, cada termo segue a seguinte lei de formação:
Para :
Para :
Para :
Tirando os termos dados da sequência, teremos o sistema:
Somando as duas últimas equações, teremos e, duplicando a segunda equação e, somando com a primeira, chegamos à . Temos então o sistema a seguir:
Isolando na segunda, ficamos com e, então:
Consequentemente e .
Assim o termo geral fica:
O sétimo termo é e o oitavo termo é . Deste modo . Opção D.
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No , a equação , com as constantes , podem representar um plano. Assinale a opção que esboça a representação geométrica dos planos no sistema linear abaixo
a) Dois planos paralelos e distintos e um secante a eles
b) Planos concorrentes em um ponto
c) Planos secantes dois a dois
d) Planos concorrentes em uma reta
e) Dois planos coincidentes e um secante a eles
Primeiro precisamos reescrever o sistema com segue:
Agora vamos escrever a matriz completa do sistema e escaloná-la:
Multiplicamos a primeira linha por e somamos com a segunda, e multiplicamos a primeira linha por e somamos com a terceira linha:
Veja que as duas últimas linhas são iguais representando planos coincidentes. O outro plano concorre com estes dois, haja vista que seus vetores normais não são paralelos. Veja:
O primeiro plano tem vetor e o segundo (e terceiro) tem .
Chegamos à opção E.
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Todos os pontos da figura abaixo podem ser representados sob a forma matricial .
Ao aplicarmos uma transformação linear , geramos uma nova figura na qual seus pontos são representados sob a forma . Sendo assinale a opção que apresenta a figura formada pela transformação .
Vamos, em primeiro lugar, substituir os pontos dados na transformação linear:
Ficamos com .
Olhando para a figura dada, vamos fazer uma tabela com os pontos da figura original. Estes pontos, por meio de suas coordenadas nos darão os novos pontos de coordenadas . Veja:
Para ficar bacana, vou marcar os pontos no Geogebra:
Assim chegamos à opção C.
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Considere um círculo de centro circunscrito a um triângulo com ângulo obtuso em . O raio forma um ângulo de com a altura e intercepta em um ponto . O prolongamento da bissetriz do ângulo intercepta em um ponto e a circunferência em um ponto , conforme figura abaixo.
Assinale a opção que apresenta a área do quadrilátero sabendo que e cm.
a)
b)
c)
d)
e)
No triângulo podemos calcular a :
No mesmo triângulo podemos calcular :
Podemos agora usar o teorema da bissetriz interna no triângulo :
Substituindo os valores:
Daí:
Desenvolvendo:
Finalmente temos .
No triângulo temos , em que é o raio do círculo. Aplicando a lei dos cossenos:
Sabemos que , pois o triângulo é isósceles de base e . Assim:
Chegamos assim a . Agora partimos para o calculo da área:
Teremos e . Ficamos com:
Fazendo as contas teremos . Ufa! Ê…, contarada!!!! Opção E.
trazemos uma questão da prova de 2019/2020 da Escola Naval com um enunciado nem tão bem escrito assim, mas que tem uma abordagem interessante sobre a teoria de conjuntos. Vamos lá:
(Escola Naval) Seja o conjunto dos números múltiplos de ou , em que é um primo ímpar. Sabendo que de , que são múltiplos de , são ímpares; de são ímpares; e elementos de não são múltiplos de , pode-se afirmar que a quantidade de elementos de que são ímpares é um número múltiplo de:
a)
b)
c)
d)
e)
Enviado por Marcus Tavares
Bom, em primeiro lugar, o enunciado já traz uma inadequação (pra não dizer equívoco) no início, uma vez que os múltiplos de ou são infinitos. Assim, deveria vir escrito que é conjunto finito. Mas deixando isto de lado considere a figura a seguir:
Vamos considerar que é o conjunto dos múltiplos de e que é o conjunto dos múltiplos de .
Desse modo:
serão os múltiplos de que não são múltiplos de ;
serão os múltiplos de que também são múltiplos de , ou seja, como também é primo, serão os múltiplos de ; e
serão os múltiplos de que não são múltiplos de ; portanto, correspondem aos múltiplos ímpares de .
Chamando o total de elementos de , do enunciado, tiramos as seguintes informações:
Um comentário meu: com relação à última linha do sistema anterior, acho que o enunciado foi muito mal escrito, bastava dizer “dos múltiplos de , são ímpares”. Mas enfim, teremos, da última linha:
Da segunda linha, escrevemos: e da terceira linha:
Agora, todas as variáveis estão em função de , voltando à primeira linha do sistema:
Então:
Como queremos apenas os valores ímpares, poderíamos simplesmente dizer: “infinitos”, mas lembre-se que o enunciado foi mal escrito (ou de má vontade ou ambos) e queremos o valor de neste caso. Assim que é múltiplo de . Opção C.
a prova da Escola Naval de 2020/2021 trouxe uma questão que envolve o M.D.C de dois números e uma pergunta sobre probabilidade. Segue a questão:
(EN) Escolhendo aleatoriamente um número do conjunto , qual a probabilidade de que o número escolhido e sejam primos entre si?
a)
b)
c)
d)
e)
Enviada por Stephanie Wenceslau
Bom, primeiro, precisamos saber o que são números primos entre si ou ainda mutuamente primos. Dizemos que dois números naturais e são primos entre si, se . O m.d.c. entre dois números naturais vale se eles não possuem fatores comuns em sua fatoração em primos. Por exemplo, e são primos entre si, pois veja que e .
É possível ver que dois números pares nunca são primos entre si, pois ambos são divisíveis por ; e, que dois números primos também sempre são primos entre si, por conta da própria definição de números naturais primos.
Assim, fatorando , encontramos . Ou seja, todos os múltiplos de , ou não serão primos com , pois haverá fatores comuns em suas fatorações, tornando o m.d.c entre eles maior que .
Vamos contar então, primeiramente, os múltiplos de . Eles são em número . Para , temos . Finalmente, para , ficamos com .
Agora, ao somarmos estes valores, teremos . Porém, precisamos atentar para o fato de que, estamos contando números repetidos, uma vez que os múltiplos de , por exemplo, são múltiplos de e de também; sendo, portanto, recontados. Vamos excluí-los.
Os múltiplos de e de são os múltiplos de , e são . Para os múltiplos de e de , teremos ; e, finalmente, os múltiplos de e de são em número total de . Estes serão excluídos. O total é .
Ainda precisamos considerar os múltiplos simultâneos de , e , que serão os múltiplos de . Estes são excluídos mais de uma vez e precisam ser reincluídos. Então .
Finalmente podemos encontrar todos os números naturais que têm fatores comuns com , não sendo primos com . Assim, eles são no total. Como são números no total, temos números que são primos entre si com . Agora, temos a probabilidade:
Recebi estes dias uma dúvida que envolve o fatorial de um número e sua divisibilidade por . Vamos ver o enunciado e resolver:
(EN) O fatorial de é divisível por . O maior valor inteiro de é:
a)
b)
c)
d)
e)
Marcus Tavares
Bom, vamos ao que interessa. Para que um número seja divisível por é necessário que ele seja divisível por e por . Então vejamos o seguinte: só é divisível por e , pois:
Assim, fica claro que calculando teremos um inteiro, pois temos um fator de e, pelo menos, um fator de em . Se continuarmos investigando os fatoriais consecutivos e maiores que , isto não ocorrerá novamente até o , veja:
Fica explícito que é divisível por , mas não por , pois há apenas dois fatores de , sendo um no próprio e o outro no , embora haja muito mais fatores de .
Esse processo continua da mesma maneira até chegarmos ao , pois , acrescentando, por sua vez, dois fatores de . Chegamos, a partir daí a seguinte conclusão:
cada múltiplo de acrescenta um fator de ;
cada múltiplo de acrescentará dois fatores de , dos quais um já foi contado nos fatores de ;
cada fator de acrescentará três fatores de , dos quais dois já foram contados: um deles nos múltiplos de e o outro nos múltiplo de ;
Então vamos lá! Vamos calcular quantos múltiplos de há de a :
Sabemos que , logo há múltiplos de de a ;
Continuando, temos , portanto, há múltiplos de no mesmo intervalo; e
Finalmente, , havendo, então, múltiplos.
Não há múltiplos de , pois .
Contando agora teremos:
fatores de em
Veja que, se a pergunta fosse, “quantos são os possíveis valores inteiros de “, ainda incluiríamos o zero, ficando com valores possíveis, sendo o o maior deles!
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Caso tenha dúvida em algum dos problemas (depois de resolver todo o simulado, claro!) convido-o (ou convido-a) a verificar a solução comentada das questões
saindo um pouco da seara do ensino médio, publicamos uma lista de limites (lista 1) relacionada à introdução do conceito de limite. É uma lista básica que atende ao público que está começando a estudar isto para a Escola Naval e EFOMM, além de estudantes de cálculo I.
Vá em matemática >> exercícios e procure pelo arquivo.
voltamos em grande estilo: resolvemos a prova da EsPCEx de matemática do concurso 2013/2014. Para baixar basta ir até a página Soluções comentadas >> Concursos Militares e procurar pelo arquivo na própria página.
Também solucionamos a prova de matemática da Escola Naval de 2012/2013. Bons estudos.
fim de semana de muito sol no Rio de Janeiro… Entre um mergulho e outro na piscina do clube, fomos elaborando a primeira solução de uma prova da Escola Naval: 2000/2001.
Quer saber porque escolhemos esta prova? Porque esta foi a prova que eu fiz em 2000 para tentar uma vaga na Escola Naval. Nostalgia total…
Confira o arquivo na página de soluções comentadas. Esperamos que aproveite. Em breve solucionaremos outras mais recentes.